segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Preciso de férias...
Não daquelas férias "tele programadas", quando as pessoas viajam para algum lugar turístico, tipo o Algarve, pensando em descansar, curtir a praia e o verão e blá blá blá, tudo isso é muito lindo, o problema é que outras centenas de pessoas tiveram a mesma ideia, e este pequeno paraíso é mesmo assim...pequeno, e transforma-se num enorme inferno, principalmente para os habitantes locais.
Não...preciso de férias tipo daquelas onde se mergulha num Vídeo Clip de uma música qualquer dos anos 60, com muita paz e amor, e um campo cheio de flores, e eu lá feito uma maluca cheia de LSD, saltando no meio das flores.
Preciso de férias...
Principalmente da minha mente, que teima em procurar razões e soluções, uma parte de mim não aceita o mundo como está e ainda acredita em algum pingo de humanidade na humanidade, otária.
Nestes momentos é que eu entendo os surfistas, fico me imaginando no mar, em cima de uma prancha a espera da onda perfeita, sem pressa, cantarolando o Jack na cabeça, apreciando o mar azul, claro que uma parte de mim vai estar pensando: "se a porra de um tubarão aparecer agora eu estou fu...", mas em grande parte este momento será de relax...
A verdadeira verdade, é que eu estou cansada, cansada do mesmo, cansada do tédio, cansada das pessoas chatas e nervosas que invadem o meu mundo e me deixam assim: Chata e nervosa.
To cansada de conhecer gente que na hora do vamos ver, revelam a verdadeira personalidade, feia e inútil, de gente que diz que me ama pela metade, quando eu sou grande e inteira.
Eu nunca tive paciência para lutar, para correr atrás de nada, porque no fim...sei lá, no fim tudo vai virar uma grande merda mesmo.
E eu preciso de férias...
Férias deste mundo nojento, onde conquistam o nosso amor e depois nos jogam fora como uma peça de roupa velha, até com as roupas velhas eu tenho mais carinho.
Agora eu tenho de proteger o meu mundo com mais força, porque agora eu não estou sozinha...e as vezes me pergunto o que eu vou dizer a minha filha em relação ao amor...acho que vou lhe dizer "o único verdadeiro amor incondicional, é o amor uma mãe sente pelo seu filho."
O resto é o resto...
P.S.: Na quinta-feira eu tive o meu momento num campo de flores sem pensar em mais nada, estava eu deitada no consultório do médico, com ele a passar uma meleca gelada na minha barriga, e a esfregar uma máquininha muito louca no meu ventre, e num écran apareceu algo que eu nunca imaginei amar tanto, o meu bebé brincando e saltando, dentro de mim, o verdadeiro milagre da vida, correndo o risco de parecer mais uma dessas mães babadas...naquele pequeno momento eu tive as férias que tanto desejava, porque nada nesse mundo tinha importância, só aquele ser em preto e branco brincando e saltando dentro de mim.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O retorno

Ella andou algum tempo a caminhar no deserto, como Paulo Coelho, num livro qualquer, desmaiou sem perceber que estava faminta e com sede.
Ficou três longos dias inconsciente, e quando finalmente abriu os olhos, achou que havia morrido e estava no céu, sensação que durou apenas 3 segundos, até ela lembrar que não existe nem céu, nem inferno e muito menos limbo.
Apesar de não ter morrido e de não estar em nenhum paraíso, Ella sentia-se diferente, simplesmente Ella não era mais Ella, era a Outra, a Estranha, a Caroll, era todas as mulheres do mundo unidas em seu ventre.
Ellas carregavam a vida, e por esta razão...finalmente havia chegado a paz...
Não é que todas as respostas tenham sido respondidas, é que simplesmente elas deixaram de ter importância, há um novo motivo para lutar, há um novo alguém para não desapontar, Ellas...não se deixaram abater, Ellas carregam a força de um universo, dentro do seu ventre.