sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Devaneios


Tô cansada de conhecer personagens de Romances da Jane Austen, que depois revelam-se vilões de filmes de terror classe "z", daqueles que andam devagar atrás da pobre mocinha, muito peituda e muito burra, que se farta de correr e dá gritinhos agudos de "Helpppppppppppppppppp".

Queria conhecer alguém insípido, alguém que me fizesse sentir vontade de dizer: "Dude, sem ofensa, mas não tens nada de especial, mas já que eu não estou fazendo nada..."

Se eu sofresse de "complexo de Pinóquio" neste momento estava no "Doutor eu preciso de ajuda!", a implorar por uma rinoplastia.

Não, a sério, dá raiva demais conhecer alguém que me deixa tonta, que corta meu ar, que quase me faz uma jovem vitima de um ataque cardíaco fulminante e blá blá blá, e uns dias depois descobrir que, Oh, não ninguém merece...

Ya, se calhar é verdade, eu dou demasiada importância as coisas, mas alguém neste mundo me explica como pode se não dar demasiada importância as coisas do coração???

Uma vez eu ouvi um cardiologista dizer que quando temos um desgosto não o sentimos no coração e sim no cérebro, e que a tal "dor no peito" é apenas uma expressão...

Alguém por favor tire já o bisturi das mãos deste sádico!!! Sabe ele o que fala? O coração doí sim seu imbecil diplomado!!!

As mulheres são amargas, as mulheres são humanas...e há homens que são como as mulheres...

O que eu quero dizer é: "Pra que perder o tempo com alguém com conteúdo, se as pessoas insípidas são aquelas que nunca nos largam?"

Será que a vida tem de ser sempre estar " na maior"???

"Nem tudo é como você quer, nem tudo pode ser perfeito, pode ser fácil se você ver o mundo de outro jeito", Capital Inicial

Whatever...

Tô farta de viver numa série americana, daquelas que o final feliz só chega no último ano.

O meu momento é este, e quem manda nesta porra sou eu!

Por isso, nem Jane Austen, nem Sexta-Feira 13, afinal, já que eu levo jeito por que não ser a autora da historia da minha vida?

"Siga em frente em linha recta e não procure o que perder, escolha uma estrada e não olhe pra trás." Capital Inicial

E sigam-me os bons!!!

"I WANNA BE DIABLO CODY"

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Netuno



"All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you..."
Snow Patrol, Open your eyes.


Ele acha graça das minhas piadas infantis, e fita-me com olhos de "que grande mulher".

Ele tem um sorriso do tamanho do universo, com todas as estrelinhas, planetas, extraterrestres e etc, etc...

Ele tem olhos tristes, mas com uma luzinha que pisca, pisca, como uma luz de natal.

Ele é gigante, mas ao mesmo tempo é pequenino e da vontade de deitar no colo, cantar musiquinhas bonitinhas e encher de pequenos beijinhos.

Ele é a única pessoa do planeta terra que me deixa sem palavras, e com ele o silêncio torna-se a melodia mais perfeita.

Ele deixa-me sem ar quando canta baixinho, e qualquer dia, tenho a certeza, tenho um ataque cardíaco, quando ele voltar a encostar a mão na minha face.

Ele faz-me sentir eléctrica, e sinto o meu coração bater a 1000km quando estou ao pé dele.

Ele faz sobressair um lado de mim que outros tinham apagado, e é da opinião geral que este é o meu melhor lado.

Ele da-me vontade de passar o dia deitada no sofá a ver desenhos animados, comer um saco de gomas com formatos engraçados, rodar em circulo pra ficar tonta, dar saltinhos sem sair do lugar, ouvir "Anyone else but you" 1000x seguidas.

Ele provoca-me 1000.000 sensações diferentes em apenas 1 minuto, boas e más, ele seduz-me como um vampiro, apesar do frio na espinha, das mãos a tremer, a vozinha interior que diz "Foge!", é tarde demais para corridas...

Como poderia não me apaixonar por ele, se todo ele é a paixão?

Novo ano, nova música...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"..."

A tocar na vitrola: Banda sonora do filme "Juno"

Raivaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Que maravilhosa maneira de começar um texto... Ok, foda-se a merda do blog é meu e eu to super irada!!!

Quero que essa porra de ano acabe logo, to cansada de olhar para o calendário e ainda tar lá "2008", bahhhhhhhh que ódio que eu tenho deste ano, VAI-TE EMBORA ANO RUIM!

To com tanto tédio deste ano, dos que já passaram e dos outros que estão por vir, que me dá vontade de tocar um solo de guitarra de uma canção qualquer de Heavy Metal, não eu não estou bem.

Não, eu não to legal, não eu não ultrapassei porra nenhuma, não eu não faço a porra da ideia do que fazer...

To me sentindo o jornal de ontem que agora virou embrulho de peixe na feira.

ANORMALLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL!!!!

Anormal eu me sentir assim? Anormal eu ter vontade de gritar com o mundo e o mandar pra P...?

Bahh...

Caroll, Caroll, Caroll, Caroll, Caroll... Da pra parar de caminhar pra esta porra de abismo sem fim???

Já agora tem um monte de gente que ando com vontade de mandar a merda...

Toda gente que me manda mails com frasesinhas repetidas do género: "Aproveite a vida e blá blá blá"

Quero também mandar a merda o imbecil que inventou esta porra de época do ano chamada Natal, eu juro que ontem quase meti porrada num Papai Noel que estava no shopping, mas depois fiquei com pena do moço, ele só estava a trabalhar pelo seu dinheirinho.

Ah... Você aí! Você mesmo seu Ladrãosinho de música e inspirações alheias, seu ano foi bom?
O meu foi uma merda! Por isso meu bem desejo do fundo do meu coração que no novo ano você tenha 365 dias de merda!!!

Bah...

Ah vai a merda você também que esta a ler este texto com ar de superior a pensar: "que garota idiota, existem pessoas com problemas muito maiores e estão sorrindo contentes da vida."

To farta de saber que a minha vida é maravilhosa, que os meus problemas são pequenos, que tenho tudo pra ser feliz e blá blá blá...

Que quer que eu te diga? Esta sou eu, se não gosta vai a b...

O retardo que me chamou de alcoólica e disse que eu tinha de manerar com a bebida também tem direito a um VAI A MERDA lindo e redondo, não sou alcoólica e não teria problemas nenhum de o assumir se realmente o fosse, simplesmente acho que um "copo" ajuda a aliviar a dor quando ela torna-se insuportável.

Também queria ofender todos os poetas e afins que fizeram de mim uma Romântica compulsiva, que espera sempre que a vida seja um enredo de um filme do Nicolas Spark, ah Sr. Spark to com um ódio de ti, mas estes daí não consigo mandar pra nomes feios, então fica aqui declarado que to profundamente magoada com todos vocês viu.

Musiquinhas tão lindas tocando na vitrola e eu aqui exprimindo palavras de raiva do fundo da minha alma, bah...

Esqueçam toda esta merda, não tenho raiva de ninguém, não quero que ninguém se foda, nem que o novo ano de ninguém seja uma grande porcaria...

Não, 2008 não foi tão ruim assim, mas será que alguma força cósmica poderia fazer de 2009 um ano um bocadinho só melhor????

Tédio...

P.S.: Uma raivinha especial da autora do livro "O segredo", nenhum cheque de 1.000.000US$ chegou no meu correio...

domingo, 14 de dezembro de 2008

O grandão

Praia do Amado, Algarve
Música a tocar na vitrola: "Open your eyes" Snow Patrol


Ficamos frente a frente como num duelo, ele ali enorme, colossal e omnipotente e eu tão pequenina.

Ele parecia muito mais zangado do que eu pensava, ia e vinha em secções de ondas violentas que faziam um barulho ensurdecedor.

No entanto, dentro de mim uma paz, sentia nos meus pés o granulado da areia, o vento a bater na minha face trazendo o doce aroma da maresia.

Eu e ele, o Grandão, finalmente tinha chegado a hora.

Abri os meus olhos, e com toda a minha sabedoria de gente pequena o fitei com olhos de desafio.

"Eu não tenho medo de você" Disse baixinho, era verdade não tinha medo.

Ele pareceu ficar ainda mais zangado.

E foi então que eu corri, as minhas pernas pequenas tornaram-se gigantes, os meus braços viraram asas, eu voava e os meus pés estavam no chão.

Foi então que os nossos corpos se fundiram, eu e ele, éramos um só, ele abraçou-me, pegou-me nos seus braços e me levou ao céu.

Todo ele estava em mim, como sempre estivera, sentia o seu calor na minha pele, e sorria, me perdi de amores pela sua imensidão azul.

"É Grandão, agora somos só nos dois..."

Eu e o Mar... Somos feitos do mesmo elemento.

Não lembro exactamente a idade que tinha nesta altura, mas lembro de cada pormenor daquele momento, o momento que eu e o meu Grandão começamos a caminhar com o mesmo passo.

E mesmo quando estou na selva de pedra, escuto o bater das tuas ondas e é feita a melodia.



sábado, 13 de dezembro de 2008

O filme perfeito

Música a tocar na vitrola: "Angel" Sarah mclachlan


"Eu prefiro ter tocado o cabelo dela uma vez...
Ter a beijado uma vez...
Do que toda uma eternidade sem isso...uma vez..."

Cidade dos Anjos
Música a tocar na vitrola: "Breathe no more" Evanescen

Passaste por mim, passaste por dentro de mim como se eu fosse um fantasma.

Não havia no teu semblante nenhum sinal da minha presença.

Passaste por mim como seu fosse apenas mais uma pessoa no meio da multidão.

E quando passaste me levaste junto contigo, tiraste a minha respiração apenas com um murmúrio da tua voz.

Toda eu perecia de fome da tua música e tudo o que me deste foi um murmúrio...

E tu passaste por mim e nem sequer me olhaste nos olhos, nem a luz do teu olhar me deste.

Fazes-me falta...

Tornei me um monumento ao nosso amor destruído, um memorial vivo do que já se foi e não volta mais, e as vezes me pergunto se foi tudo real...

Se foi real a tua mão a apertar a minha, se foi real a nossa entrada com pés direitos, se foi real o mar que nos uniu, e principalmente se foi real o teu sorriso a iluminar o meu.

Passaste por mim, e eu estava ali, aquela que outrora tu juraste amor eterno.


Tas aí? Por acaso lês as minhas palavras de dor?

Eu lutei por ti, eu lutei como uma guerreira, eu lutei com toda a força que tinha na minha alma, e tu disseste que eu era a vencedora do nosso amor, que me admirava porque eu não desistia, eu não desisti, mesmo quando foste embora sem me explicar o porque.

Que culpa tenho eu de ser imperfeita? Que culpa tenho eu de ter manias e vontades?

Eu sucumbi a tua partida, e mesmo quando me olhaste nos olhos e me disseste que já não me amava mais...foda-se eu não acreditei.

E tu passaste por mim, e eu fiz uma lista de tudo aquilo que eu odiava em ti.

A porra do papel só tem uma frase: "ele não me olhar".

E eu odeio o facto de te admirar tanto, porque a luz que a tua alma emana é tão forte que ofusca o meu espírito.

Vou te esquecer só de raiva, vou te esquecer não porque quero te esquecer, mas sim porque tu passaste por mim, e eu quero passar por ti.

E tu vens aqui?

Roubas-te os meus sonhos, roubaste o meu ar, roubaste as minhas palavras, que merda de mundo é este onde não te tenho junto a mim?

As vezes por um instante te sinto junto a mim, e sinto a batida uníssona dos nossos corações, um momento que só dura um segundo mas que parece uma eternidade.

Passaste por mim meu bem, mas não te levaste.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Intemporal


Música a tocar na vitrola: "Universe and u" Kt tunstall


Ela entrou no quarto nas pontas dos pés, como se fosse uma bailarina quase a flutuar no ar, o seu coração acelerado batia tão alto que poderia acordar a cidade inteira.


E lá estava ele, ela o observou calada durante alguns instantes, podia passar a eternidade toda a olhar para o seu rosto, ele estava tão sereno...

Mas o tempo é o grande inimigo dos amantes, e o tic tac do relógio o afastava cada vez mais de si.


Aproximou-se da cama, seus lábios quase tocavam a orelha dele, num sussurro a sua voz pronunciou o nome amado, e ele despertou do sono, abriu os olhos e mesmo na escuridão do quarto a reconheceu.

Ela sorriu...


-Chiuuuuu! Disse ela fazendo beicinho e com o dedo indicador na boca do amado.


-Vieste te despedir de mim? A voz dele reflectia a dor que o seu coração carregava, aquele momento era sempre doloroso, pois ao mesmo tempo que estava junto dela, sabia que seria por pouco tempo, e nunca tinha a certeza absoluta se um dia a voltaria a ver.


Ela balançou a cabeça a responder que sim.


-Desta vez a culpa foi minha...


Ela o olhou a recriminar por aquelas palavras.


-Sabes que eu não acredito em culpados, e sabes o que eu penso...


Ele a olhava com admiração, ela era sempre tão corajosa.


-Sim eu sei, se não for hoje vai ser amanhã, se não for amanhã vai ser outro dia, e se não for nesta...


-Será em outra vida!!! Completou ela com um grande sorriso.


Ele amava aquele sorriso, nos momentos que a sua alma ficava escura, e a esperança ficava presa por um fio, era a lembrança daquele sorriso que o trazia de volta a luz.


-Adoro saber que tens sempre razão. Sua mão tocava a face quente dela, e ela como um gatinho mimado aninhava-se ao seu lado.


-Nada disso importa, eu tenho certeza que da próxima vez vamos ter mais sorte...


-Como podes ter certeza?


Toda a face dela sorria, e ele soube logo a resposta.


-A música... E ele também sorriu.


-A música... Confirmou ela.


A felicidade de segundos atrás fugiu do rosto dele rapidamente quando lembrou do tempo que ficariam separados, ela sempre lia os seus pensamentos nas linhas do seu rosto.


-Estende a tua mão esquerda...


Ele obedeceu, faria qualquer coisa que ela ordenasse, afinal era ela...


Ela colocou a sua mão esquerda sobre a dele e com os dedos desenhou um circulo na palma da sua mão, depois fechou os seus dedos, como se tivesse guardado ali um tesouro.


-Um presente para me teres ao pé de ti quando eu me for embora.


Uma lágrima caiu dos seus olhos, e ela a secou com os seus dedos.


-Não chores meu bem, sabes bem que uma lágrima tua quebra o meu coração em mil pedaços.


-Queria ter a tua força... A voz dele tremia, todo o seu corpo tremia.


-E eu queria ter a tua determinação.


-Longa se torna a espera...


Os seus olhos despediam-se, pois as suas bocas jamais conseguiam pronunciar o adeus.


A imagem dela desvaneceu no ar como fumaça, os seus olhos abrigavam um mar de lágrimas, e elas rolavam pela a sua face como uma forte chuva de verão.


Lá fora o sol nascia, mais um dia, mais uma vida, sem ela, sem ele...


Ele abriu os olhos, a sua mão esquerda ainda estava fechada, ele a abriu, e de lá saiu um aroma a baunilha,coco e canela, aquele aroma era tão familiar...


O telefone tocou, ele olhou para o outro lado da cama, a sua companheira continuava a dormir, com as mãos tremulas atendeu a ligação.


-Lucas? Perguntava uma voz chorosa do outro lado da linha.


-Sim, quem fala?


-Sou eu a Isabela, Lucas eu sei que você e a Gabi já não se falavam a algum tempo, mas achei que deveria saber que ela faleceu esta noite.


-Como...Como isso aconteceu?


A sua voz tremia...


-Não sabemos, ela simplesmente se foi... Estava a dormir e não acordou mais, o que nos conforta é que achamos que ela não sofreu, pois quando a encontramos ela estava a sorrir, parecia que estava a sonhar...


A história deles passava na sua cabeça como um filme, ele culpava-se, naquele momento percebera que mais uma vez desperdiçara a chance de estar ao lado dela.


A voz dela surgiu na sua memória, a música...


Eles iriam ter outra oportunidade, e ela o reconheceria novamente, ela sempre o reconhecia.


Agarrado ao aroma que ela deixara na palma da sua mão, ele jurou mais uma vez que seria forte, por ela.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Perdidamente achada



No momento que olhei no fundo da minha alma, tudo o que eu consegui enxergar foi a tua imagem junto da minha.
Meus lábios desenharam um sorriso, reflectindo o sentimento que o meu coração guardava.
Senti você, sinto você...
Lembrei como gostava de sentir o teu rosto com os meus olhos fechados.
O Carnaval fora de época em que você transformava o meu corpo quando tocava-me com as tuas mãos imperfeitamente perfeitas.
Lembrei de olhar nos teus olhos e ver o mar, e as ondas a bater numa canção quando os teus lábios juntavam-se aos meus.
E o mais triste inverno transformava-se num dia quente de verão quando eu passava as minhas mãos nos teus cabelos.
Sentia o teu olhar em mim quando caminhava na rua e ouvia a nossa canção na minha memória.
E o mundo transformou-se em poesia quando me cantaste os teus primeiros versos.
Tens o dom de me ter mesmo não estando comigo, e me levas nos teus passos mesmo quando os teus pés te levam para longe de mim.
Envio-te o sorriso que desenhaste com os teus dedos, atrávez do laço invisível que foi atado entre nós dois.
Eu estou lá, quando você fechou os olhos e as palavras transformaram-se em melodia, eu estava lá...
E é tão engraçado como ler o teu nome me faz bem, como se fosse uma palavra secreta que deve ser dita para poder entrar em outros mundos.
Naquele dia que dançamos abraçados, a lua nos observava cheia de inveja, o nosso amor era grande demais para caber em nos dois.

O que eu queria dizer-te quando te olhei naquela noite que estivemos a sós pela ultima vez, naquele mesmo lugar onde demos tantas gargalhadas nos tempos bons, o que eu queria dizer-te era que a tua boca obedeceu a razão, mas os teus olhos reflectiram o teu coração, e eu ainda estava lá.
Sabe meu bem, ensinaste-me que um amor pode durar pra vida inteira, mesmo não estando lado a lado, e hoje aqui sentada a escrever palavras ditadas pela minha emoção, sinto-te ao meu lado, e quando fecho os olhos sinto a tua face junta a minha, e eu ainda estou aí...
A música está a tocar...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A confição



"Algumas pessoas vivem a vida toda sem se apaixonar, eu vivi a minha vida e me apaixonei..."

Jovens Alucinados


Ela nunca considerou-se uma "super-mulher", nunca entendera porque as pessoas a descreviam como uma pessoa forte que superava todas as espécies de problemas.


Mas ao mesmo tempo odiava quando a chamavam de frágil, quando diziam que ela era sensível, era quase como uma ofensa, porque ela queria ser aquela mulher forte, ela queria ter o dom de superar todos os problemas e tragédias.


Até que chegou o tempo que as duas mulheres encontraram-se, as duas vertentes do seu ser...


Ela sempre achara que assumir que sempre sonhara em viver um grande amor a faria parecer fraca, vulnerável, solitária...


Acreditava que uma mulher forte não precisava de um amor, que gostava de viver sozinha, que o romance era coisa para tolos, ela não queria ser tola...


Então ela guardou esse desejo, e numa prece baixinha pediu a Deus que um dia colocasse no seu caminho aquele grande amor, que ela sabia, que lhe estava destinado.


Quando ela o viu pela primeira vez, ela soube, todos os átomos do seu corpo confirmaram a sua suspeita...era ele.


Ela viu dentro dos seus olhos tudo aquilo que sempre desejara, o verão chegava com o seu sorriso, ele era simplesmente a personificação da palavra amor.


E ela o amou toda a sua vida, porque toda a sua vida ela o carregou no seu coração, e ali, a contemplar a imensidão do seu olhar, com o mar como testemunha, ela agradeceu a Deus por a permitir conhecer o seu grande amor.


Entretanto junto com o amor ela conheceu dor da perda, a dor de não ser a metade da sua metade.


Ela sofreu tanto que quase se perdera, mas até as feridas mais profundas cicatrizam, e ela sobreviveu, mas o seu sorriso perdeu a luz que tinha outrora.


Ela achava que se escondesse esta dor, se vivesse a fingir que aquilo não a atingira, que assim estaria a ser a mulher forte que tanto a sua metade admirara um dia...


Ela sou eu...


Um dia eu amei e fui amada, um dia eu conheci alguém que transformou a minha vida numa comédia romântica com final feliz.


Toda a minha vida eu tive a certeza que esta pessoa existia, o que eu nunca pensei era que esta pessoa era minha mas não me estava destinada.


Aceitar esta verdade não foi nada fácil, houve momentos que achei que me tinha perdido, que tinha deixado escapar a minha felicidade pelos dedos, como a areia da praia.


Eu Carolline Leoncio Silva De Souza vivi, e estou vivendo, a minha vida e me apaixonei, e fui amada, mesmo que tenha sido por um curto tempo, durou uma eternidade.


E hoje ao ver-te declarar o seu amor por outra amada, com o coração profundamente apertado, eu te perdoo por não me amar.


Eu limpo o meu coração de toda a magoa e rancor que um dia eu sentira.


Pois eu ainda estou ali, a música, a praia, a fotografia de um dia de bom, você também carrega um bocadinho de mim.


A eternidade ficaram nas palavras, e quando fecho os olhos...escuto a nossa música e vejo um filme que outrora teve a mim como protagonista.


"Você não é louca, é extremamente passional."


Finalmente devolveste a canção que roubaste de mim...



"Trago o teu coração comigo (guardo-o dentro do meu coração)
Nunca o deixei noutro lugar (onde quer que vá, vais comigo, meu amor; e o quer que seja feito apenas por mim, é por ti feito, meu bem)...

Temerei jamais qualquer destino (pois és o meu destino, minha doçura)

Quererei jamais qualquer mundo (que a tua formosura é todo o meu mundo, minha verdade)

E és tu o que uma lua sempre possa ter significado e o quer que tenha sempre um sol cantado, és tu...

Aqui está o mais profundo segredo a todos velado (aqui está a raiz da raiz e o botão do botão e as alturas das alturas de uma árvore chamada vida; que cresce para além do que a alma pode esperar ou o pensamento esconder)

E é esta a maravilha que mantém as estrelas separadas

Trago o teu coração (guardo-o dentro do meu coração)...."

E. E. Cummings