segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Verbalizar ou não???


Pelo direito de verbalizar


Em tempos eu morei com uma parente que tem quase a mesma idade que eu, nós praticamente crescemos juntas, e nos conhecíamos, pensava eu, melhor do que ninguém.


Esta pessoa tinha como hábito, derrepente do nada parar de falar comigo, ela simplesmente ignorava a minha presença, era como se eu não estivesse ali na frente dela, e eu sempre fazia uma vistoria na minha mente pra tentar entender o que eu tinha feito para a deixar com tanta raiva, a situação as vezes durava dias e as vezes até semanas, como, apesar de ser um pouco rabugenta as vezes, fui abençoada,(?), com uma natureza pacifica, nunca aguentava a situação e ia ter com ela e perguntava o que eu tinha feito de mal.


As respostas eram sempre absurdas, “você foi a ultima a usar a casa de banho e não repôs o papel higiénico”, “bebeu água a noite e deixou o copo em cima da mesa da sala”, “andou com os chinelos que só podem ser usados na cozinha, no tapete da sala”e blá blá blá, eu , pelo bem da paz mundial, dizia que iria tentar não cometer o mesmo erro de novo, pedia desculpas e voltavámos sempre ao mesmo ciclo vicioso.


Até que um dia, eu sou boazinha mas não sou santa, perdi a minha paciência, e numa das crise de silêncio eu simplesmente não disse nada, passaram dias, semanas, meses, até que um dia fui delicadamente informada pelo marido dela que teria de procurar outra casa para morar, faz 3 anos que não nos falamos.


Tudo bem, eu sei que esta mulher tem sérios problemas psicológicos, mas ao meu ver uma das causas do comportamento dela era a falta de verbalização, ela achava que era muito mais fácil deixar de falar comigo do que dar um berro toda a vez que estivesse chateada, por mais louco que fosse o motivo, assim eu daria uma resposta, mesmo que não fosse a que ela queria ouvir, e viveriamos felizes para sempre, ou não...


Enfim, isto tudo para dizer que eu sempre fui uma pessoa directa, as vezes até demais, e sempre odiei jogos, desde pequena que luto pelo direito de verbalizar.


O problema é que as pessoas são muito indecisas, enquanto uns acham louvável a minha atitude de dizer sempre o que eu penso, outros acham que eu sou uma louca, revoltada com a vida, metida a importante e muitas outras coisas que não to com saco para descrever.


Os meus relacionamentos, profissional, familiar, romântico, são sempre complicados por causa da falta de verbalização, acontece que com o passar do tempo perdi a paciência e quem não gosta deste meu jeito eu simplesmente mando a merda e sigo em frente.


E assim existem aquelas pessoas que me amam e aquelas que me odeiam de morte.


No campo da amizade a minha verbalização funciona muito bem obrigada, porque os meus amigos acabaram por descobrir que o “falar o que pensa” é uma bênção, por pior que seja a verdade sabem que eu sempre serei sincera, e que nunca farei aqueles joguinhos “mete nojo”, que acabam por afastar de vez as pessoas, e aqueles que sobrevivem ao meu “tratamento de choque”, acabam por virar mais do que meus amigos, são a minha família.


Na área “famíliar”, eu prefiro não comentar...


E por fim chegamos a área romântica, esta é a mais afectada pela minha verbalização, porque? Como disse antes as pessoas não sabem o que querem.


Nunca tive um relacionamento que durasse mais de 1 ano, quando não sou eu a perder a paciência pela falta de comunicação, são eles que se assustam com tanta sinceridade e correm pra o colo da mãe ou daquela ex que vivia amuada sem razão aparente.


Não digo que eu seja perfeita, graças a Deus estou longe de o ser, muito longe mesmo...


Eu simplesmente não percebo, as pessoas desfilam discursos de “ como faz falta uma pessoa sincera, que diga aquilo que pensa, que não fique amuada por tudo e por nada, etc, etc...”, mas na verdade elas não estão preparadas para a verbalização, e por isso continuam a brincar com joguinhos que são mais velhos do que o universo.


As vezes eu gostava de ser aquela mulher misteriosa, que não atende o telefone na primeira chamada, e quando atende faz voz de descaso, que pode estar a roer as unhas de ansiedade de falar com a tal pessoa, mas que finge que aquilo nem é com ela, que pode estar apaixonada querendo casar e ter 5 filhos com alguém, mas que age como se aquele fosse apenas uma pessoa vulgar que conheceu por acaso...


Enfim, eu gostava, as vezes, de saber jogar, de não ser tão transparente, de não estar escrito na minha testa aquilo que se passo no meu coração, e de fechar a minha grande boca, e dizer apenas algumas frasesinhas interessantes para manter o interesse e a curiosidade.


Mas eu não o sou, eu sou este monstro da sinceridade, sou essa menininha bobinha que insiste em vomitar palavras românticas ao vento, sou este clixê ambulante que sonha com um amor e uma cabana e que insiste em acreditar que a humanidade é maravilhosa e que só estão um pouquinho perdidos...


E as vezes penso em qual será o limite entre verbalizar e falar demais...
Nos meus momentos de grande consciência da minha maravilhosa personalidade, acredito sinceramente que quem não está preparado para esta minha peculiar forma de ser, simplesmente não é digno de estar ao meu lado, mas como todos nós fomos abençoados pela dualidade, também tenho aqueles momentos que só me apetece costurar um ziper na boca.


Acabei por criar o método “vamos ver se você aguenta”, e quando conheço alguém apresento logo o “monstro”, aqueles que não correm de medo acabam por fazer parte da minha vida, de uma forma ou outra.


Já tentei convencer uma amiga psicóloga que era louca, se eu tivesse algum papel a confirmar isto era mais fácil, conhecia alguém e mostrava o papel, a pessoa saia correndo e não tinha tempo de roubar um pedacinho do meu coração, poupávamos lágrimas, tarde passadas em frente ao mar tentando entender porque razão o universo me fez desta forma, CDs quase furados de tanto ouvir a mesma música, milhões de palavras usadas para expressar um coração vazio, tequila, muita tequila, e etc, etc...


A tal amiga disse que eu não era louca e ainda elogiou muito a minha forma de ser, acho que ela deve mudar de profissão...

sábado, 24 de janeiro de 2009

A paz que eu não tenho?


"Não tens paz..."

Frase maldita que me ficou cabeça...

Porque tens sempre de ter razão?

Odeio o facto de ser tão transparente, de ser este livro de emoções abertas, que uma pessoa que mal conheço consegue ler.

Mas não estas de todo certo, eu tenho paz... tenho a paz de saber quem eu sou e o que eu quero.

Tenho a paz de ter certeza do caminho a qual eu estou destinada.

Tenho a paz de ter do outro lado do oceano a outra metade de mim.

O meu inferno está na pressa, o meu karma é a insaciedade.

Eu não tenho medo do futuro, pois eu sonhei com ele quando era pequenina, e sei que mais cedo ou mais tarde ele irá vir ao meu encontro, o futuro...

O que eu temo é a minha ansiedade, é de sucumbir antes do tempo, de criar um memorial ao que está por vir e não viver o presente.

Sim é verdade, falta-me paz... Mas até Deus tem o seu inferno, e até o sol por vezes escurece.

E este desejo, este maldito desejo... É um fardo...

Nos meus momentos de meditação tento me concentrar na certeza de que Deus dá a cada um exactamente o peso que conseguimos aguentar.

Se calhar foi por isso que ele me fez assim, dois hemisférios diferentes.

Mas tu também não tens paz, apesar de falar da vida com tanta sabedoria.

Falta-te qualquer coisa não é?

Como eu tenho a certeza de qual é o meu inferno, também tenho que tu sabes qual é o teu... És um visionário.

Disses-te que não acreditas em coincidências, eu também não, mas acredito em peças pregadas pelo destino, para nos testar, a ver se desviamos do nosso caminho.

E eu já fui tantas vezes desviada... Meu espírito foi moldado, e hoje eu sigo o mar...mas as vezes até ele é inconstante...

Eu tenho paz em mim, mas ela não está inteira, haverá neste mundo alguém a viver num paraíso terrestre?

Estigmatizaste-me com as tuas palavras.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Devaneios

Ser ou não ser...
Não sei se é da época do ano, se é da chuva que insiste em cair isensantemente, eu nunca lidei bem com dias de chuva.
Não sei se é por finalmente saber o que eu quero fazer com o resto da minha vida, e por finalmente ter a força exacta pra lutar por sonhos que tenho desde pequena.
Não sei se é por estarmos em Janeiro e derrepente me dar conta que estou a morrer de saudades do chão gelado da minha cozinha, que era a única parte fresca da minha casa de nascença.
Não sei se é porque hoje lembrei de uma piada tonta que meu pai costuma contar, e não poder morrer de rir com ele agora contando pra ele as piadinhas tontas que eu própria inventei.
Talvez seja porque sempre quando sinto a minha alma completa, um riosinho de saudade desagua dentro de mim, e só me apetece me esconder no colo daquela mãe mala que tanto me enchia o saco.
Ou então porque hoje eu olhei para a minha bicicleta e lembrei do tempo que eu pedalava horas, eram poucos minutos mas sempre me pareciam horas, até a casa da minha tia só pra ficar sentada a conversar com ela, e chorar, e rir, e a admirar por ela saber tanto da vida.
Talvez também seja porque hoje olhei para o céu e não vi nenhuma estrela, e lembrei que antes de eu ir embora o meu irmão disse-me que sempre que eu olhasse para o céu e visse as estrelas eu iria estar em casa.
Se calhar é porque eu vi uma bebe sorrindo na Tv, e senti uma saudade enorme da minha sobrinha que nunca cheguei a pegar no colo, e me doí saber que quando ela crescer ela não vai ter historias engraçadas pra contar de como eu era uma tia desajeitada e que cantava músicas do Legião Urbana pra ela dormir.
Eu não sei o porque, mas hoje eu me sinto metade de mim, a minha outra metade se foi, ou apenas ficou aonde sempre deveria estar.
Eu não sei o porque mas sinto as lágrimas presas na minha garganta, e hoje o meu Jack não está a me animar.
Não sei porque mas hoje eu só queria estar sentada no meu velho telhado a olhar as estrelas e a sonhar com outros mundos.
Sinto falta do mar.
E hoje, eu só queria a minha mãe.
Não eu não estou triste, só estou com saudades...

MADE IN BRAZIL- Crônicas de uma Carioca Surreal


“Pimenta nos olhos dos outros é refresco”
Ditado Popular

Todos os dias as pessoas acham que a vida é uma droga, “droga de carro que não pega”, “droga de trânsito que não anda”, “droga de dia que não acaba”, “droga de inverno”, “droga de verão”, droga, droga, droga, droga!

Experimenta nascer numa cidade que transpira sensualidade, boémia e corpos sarados, e ser uma simples mortal intelectualizada, que troca de boa vontade um churrascão na beira da piscina com um pagodão rolando, pra ficar deitadona no sofá vendo o último filme do Pedro Almodovár, que você não viu no cinema porque o dono do cinema do seu bairro acha que Almodovár é o nome de um navegante espanhol que descobriu algum continente perdido por aí.

Você passa a semana toda rezando para o fim de semana chegar, pra você poder se esconder do mundo dentro de um livro da Agatha Christie, poder ver aquele filme do Stanley Kubrick pela milésima vez, sem ter um mala do seu lado dizendo que “Kubrick” parece nome de cerveja alemã, e ouvir todas as músicas dos Nirvana, sem ouvir aquela piadinha sem graça: “Caroll, acho que este cara tá passando mal, porque ele não para de gritar”.

Enfim, a semana acabou e você vai poder se trancar no quarto e devorar toda a cultura que você não conseguiu adquirir desde segunda-feira, certo? ERRADO! Porque a sua querida mãe resolveu reunir a galera, e fazer um churrascão na piscina, com muito pagode, muita cerveja, muitos adultos que não tiveram adolescência e agora querem compensar, e também trouxeram todos os filhos que comentam as escondidas o quanto você é esquisita, e que você, nem na Puta que pariu, é Carioca!

Você passa o fim de semana com ódio do mundo, e tentando entender como, pelo amor de Deus, nasceu naquela terra , você começa a pensar que se existisse mesmo outras vidas, então numa vida passada qualquer teria sido um daqueles psicopatas assassinos de meter medo no "Fred Krueger" do filme “A hora do pesadelo”, só podia ser karma!

Aí você tenta se unir com o inimigo, chega na segunda na escola e pede pra sua melhor amiga, uma Carioca da gema, te ensinar tudo sobre pagode, samba, funk, axé, e que Deus te ajude, você até resolve aprender a sambar!

Ela fala, fala e quanto mais ela fala mais você tem vontade de se esconder debaixo da cama, de preferência com um livro enorme do Stephen King, mas você é forte, e recebe aquela informação toda de braços abertos, (?), e decide que de uma vez por todas vai tentar se enturmar.

Passa a semana, e mais uma vez chega o findi com churrascão e pagode, você troca as suas calças jeans rasgadas e surradas por um shortinho da sua mãe, a sua T-shirt do Ac/Dc por um topsinho de alças...rosa, (!!!), se arma com um sorriso amarelo e se mistura no meio da galera como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

E então tudo acontece ao contrário, todos comentam que nunca tinham reparado, mas que você é muito branquela, não tem bunda, e tem os peitos maiores do que de uma americana, você respira fundo, e começa a vomitar toda aquela informação que a sua melhor amiga lhe deu, fala sobre pagode, sobre samba, diz que adora aquela música que está tocando, e as pessoas te olham com uma cara tão esquisita que você fica super nervosa, e troca tudo aquilo que demorou uma semana pra aprender, o problema é que o seu ar desanimado ao falar daquilo tudo, faz a sua empolgação parecer tão verdadeira como uma nota de 2€!

Mas você tem uma carta na manga! Aprendeu a sambar, ou melhor tentou aprender, mas isso não importa agora, você vai sambar! Afinal você é Carioca! Em alguma parte de você existe um gingado, afinal não era a toa que a mulher Carioca era tão aclamada nas poesias do seu amado Vinícius de Morais, e lá vai você, e você balança, você roda, você requebra toda, mas espera... porque eles não te aplaudem? Porque eles estão a rir de você?

E você olha para o vidro da janela, e vê a sua vergonha reflectida, qual Carioca? Você mais parece uma minhoca a se contorcer com dor de barriga! e um engraçadinho diz pra sua mãe que você deve ter sido trocada na maternidade, que deve ser filha de algum casal americano e que a sua verdadeira filha deve estar agora na América, a dançar um sambinha de raiz e a tentar entender o que faz ali no meio daqueles branquelos desajeitados.

Você corre pra o quarto, se esconde debaixo da cama com o seu livro enorme, e jura por Deus que nunca mais na vida vai tentar gostar de algo que não tenha a ver com a sua personalidade, e que nunca mais vai deixar de ser quem é para agradar alguém.

Você promete para si mesma que quando fizer 18 anos vai embora daquela terra, e é então que para pensar para onde iria, e chega a conclusão de que não conhece nenhum lugar no mundo que aceite as pessoas como elas são, e decide que mesmo assim vai embora, vai para São Francisco, afinal nos filmes sempre dizem que lá é a terra da liberdade.

E começa a sonhar com São Francisco, a imaginar como seria viver lá e andar nas ruas com as suas roupas pretas sem ninguém perguntar se você está de luto, e é então que um sentimento estranho nasce no seu peito, sentimento este que, você ainda não sabia, fará parte do resto da sua vida, é então que a saudade ganha uma morada fixa no seu mundo.

Você sai debaixo da cama e olha pela janela, observa aquela galera a rir, a beber, a se divertir, e os inveja infinitamente por terem nascido no país certo, com a alma certa.
Entretanto, a sua viagem apenas começou...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

MADE IN BRAZIL



“Talvez eu seja o último romântico
Dos litorais deste oceano atlântico”
O último romântico, Lulu Santos

Não entendo porque hoje em dia admitir ser romântico é quase como assumir ser um assassino em série, principalmente para as mulheres.
Sim porque uma mulher que se assume romântica é vista como uma desesperada a caça de um namorado ou marido.


O que eu vou dizer agora vai cair como uma bomba nuclear, preparados? Existem mulheres que gostam de sexo sem compromisso! Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, que choque não é?
Eu sei que isto não é novidade, o que é novidade é que apesar de gostarmos de sexo casual, isto não significa que o romance esteja excluído.


Não está a entender pois não? Eu explico!


Cenário 1:
A mulher , vamos a chamar de Vick, pois bem... Vick está em casa a se aprontar para sair com as amigas, acabou de tomar um duche com direito a depilação integral, gel de banho perfumado, e velinhas acesas na casa de banho.


Neste momento, Vick, está a besuntar o corpo com um delicioso creme, que além de ser suavemente perfumado, deixa a sua pele suave como um veludo, a seguir ela espalha o seu perfume preferido nos pulsos, atrás das orelhas e nos seios.


Vick veste a sua melhor lingerie, um corpete preto cintado com uma fita de seda vermelha, a calcinha a condizer com o corpete encaixa com perfeição ao conjunto, ela calça nas longas pernas meias pretas de renda que encaixam numa cinta-liga comprada especialmente para esta noite.

Para esta noite, Vick escolheu um vestido cai-cai preto, simples mais muito sedutor, nos pés, saltos altos super finos, que acentuam ainda mais a sua figura esbelta.


Opta por uma make-up discreta, os olhos com um leve preto esfumaçado, um blush rosado dá luz a sua pele pálida de inverno, nos lábios apenas um brilho transparente.


O longo cabelo loiro, não tão longo quanto ela gostaria, está solto em cima dos ombros, e Vick olha para o espelho a contemplar a sua criação, sim, ela estava maravilhosa, estava pronta para uma noite de prazer e sedução, o contemplado? Ela ainda não o conhecia, Vick acabara de se preparar para uma noite numa discoteca qualquer com as suas amigas, aonde ela pretendia conhecer alguém interessante, romântico, sedutor, alguém com o qual ela viveria uma noite intensa de sexo e romance, Vick não estava preparada para um compromisso, apenas queria divertir-se.


Cenário 2
O homem, vamos o chamar de Sam...


Sam acabou de chegar do trabalho, abriu o frigorífico e bebeu uma cerveja inteira num só gole, logo depois arremessou a lata vazia para a lata de lixo.


Tomou um duche de 5 minutos, fez a barba em outros 3 e terminou de se vestir em outros 4.


Borrifou um pouco do perfume que a sua ex lhe dera no dia dos namorados, não que ele gostasse muito do cheiro, mas pelos vistos as mulheres adoravam, penteou o cabelo com um pouco de cera, alguém lhe tinha dito que era menos agressivo que o gel, e no fim admirou no espelho a sua figura, sim, ele era um Deus do sexo.


Calçou o seu velho par de calças jeans, vestiu uma t-shirt com uma frase engraçada que havia comprado numa loja em saldos, o seu blusão com motivos de surf, e os velhos sapatos que sua mãe lhe dera num natal qualquer.


Antes de sair, verificou se tinha preservativos suficientes na carteira, colocou o telemóvel no bolso e com as chaves do carro nas mãos, um Audi novinho em folha, saiu porta a fora para uma discoteca qualquer, a procura de uma mulher que saciasse a sua fome de sexo casual.


Mas antes rezou para que não encontrasse uma daquelas malucas que no final dizem: “Vais me ligar amanhã?” Para ele sexo era sexo, e não entendia porque as mulheres sempre misturavam sexo com romance, Sam não estava preparado para um compromisso, queria apenas divertir-se.


Será que é preciso dizer que Vick e Sam conheceram-se, e que no fim da noite Vick foi embora para casa frustrada por ter conhecido mais um idiota que só sabe foder uma mulher e que Sam foi para a casa contentíssimo por ter conhecido uma linda mulher com quem tinha fodido a noite toda?


Eu sei que existem mulheres que são como o Sam e homens que são como a Vick, mas vamos ser realistas, estes casos são extremamente raros.


O que eu quero dizer é que o sexo não anula o romance, e o romance não anula o sexo, ter relações com um homem, que faz questão de dizer o tempo todo que isto é a única coisa que você terá dele, é tão broxante quanto ver a avósinha, de 100 anos, do seu melhor amigo nua.


O jogo da sedução é tão excitante como uma salsa cubana, mas é um jogo que deve ser jogado a dois, se apenas um jogador conhecer e respeitar as regras, o final é um frustrante 0/0, ou ainda pior um 1/0, sim porque neste jogo o resultado 1/1 é sempre mais interessante.


Neste jogo tudo pode acontecer, e um dos jogadores se apaixonar não está excluído, mas será que existe algo mais sedutor do que o sexo feito com paixão? E será que a paixão faz com que o tal sexo deixe de ser casual?


Qual o mal de desejar alguém com quem compartilhar os nossos dias? Isto não nos torna fracos e vulneráveis, apenas nos torna...humanos.

Teremos nos tornado em animais movidos apenas pelo desejo sexual?

Afinal o que nos distinguirá dos outros animais, quando até os irracionais demonstram melhor o afecto, o amor, do que nós que supostamente somos mentalmente superiores?


Diablo Cody

Já falei da Diablo Cody aqui, ela é a tal ex-stripper que ganhou um Óscar em 2008, por o melhor roteiro original, com o filme "Juno".

Também acho que já disse o quanto eu a admiro, e que vejo nela um exemplo de determinação e talento.

Descobri agora que a Diablo escreveu um livro sobre o ano em que trabalhou como stripper, "Minha vida de stripper" é uma tradução do original "Candy Girl: A Year in the Life of an Unlikely Stripper, 2005".

Também fiquei a saber que apesar da genialidade dela, existem muitos colegas de profissão que não gostam da Diablo, e que a difamam nas revistas e afins, em resposta a um artigo publicado na revista "Variety", Diablo deu esta resposta mandando ver:

"enquanto você gravava a sua obra prima que não deu certo eu estava enfiando brinquedos de silicone tóxicos no ânus por dinheiro. Entendo porque vocês são tão azedos (...) Me desculpa se você pensa que eu sou algum tipo de vagabunda Suicide Girl de 2002, mas eu gosto do meu nome falso. Está gravado em um Óscar. O seu não."

Agora me digam, como é possível não amar esta mulher?

I WANNA BE DIABLO CODY!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

GO!GO!GO!


O mundo gira com uma rapidez alucinante, como se alguém estivesse em cima da grande bola a correr e a fazer o mundo rodar e rodar e rodar e rodar, me deixando cada vez mais tonta.

Os dias terminam e recomeçam como uma secção de ondas, e até hoje nunca sentei para o ver indo embora e muito menos para o ver nascer.

Amar a vida é muito mais do que proclamar aos 7 ventos que somos felizes, que o mundo é lindo e blá, blá, blá!

Estar vivo é muito mais do que acordar, levantar, trabalhar, comer, dormir e etc...

Todo dia é dia de uma nova descoberta, de uma nova aventura, de viver um novo amor, mesmo que ele só dure este dia!

Chega de demagogias baratas, chega de pensar naquilo que os outros pensam, chega de viver como um zombie!

Deus nos colocou nesta terra para sermos felizes, e ao não lutar por isto, é como se estivéssemos a jogar o maior dos presentes fora.

Seja louco, seja aventureiro, seja super feliz, abra a porta para a alegria e a deixe tomar conta da sua vida.

Mande tudo o que te faz mal para o caralho, grite, o mal humor é a consequência de sentimentos acumulados, não os guarde dentro de si, exorcize os seus fantasmas, chore, as lágrimas lavam a alma, corte laços com aqueles que te fazem mal, só precisamos do nosso lado aqueles que nos querem bem!

Liberte-se de falsos preconceitos, não seja pequeno, seja como o mar, imenso, transparente, colossal...

Quanto a mim...vou nessa, tá na hora de ver o sol se pôr!!!

;)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Azul

És como um livro sem prefácio, não faço ideia da historia que está a ser contada nas tuas páginas, e isto me atrai.

Sinto um desejo insensato, de mergulhar nas tuas águas, descobrir o nome de todos os oceanos que habitam dentro de ti.

Estas num palco gigante, mas não das-me a impressão de dar importância a este estatuto, só consigo ver o mar em ti, e é estranho pois sempre vi no mar o meu reflexo.

Mas para mim não és nada de especial, não és... simplesmente não és, não reconheço-te.

Quem foi que colocou-te neste pedestal? Quem deu-te a resposta para todas as perguntas?

Uma alma velha não pode ser moldada, mas pode ser desbravada, e vieste numa altura em que o meu espírito anseia por aventura.

Emanas um azul insuportável, hipnótico, transparente como a água, e no entanto nada tens de transparente.

Quem és tu? Quem és tu?

A seguir o mar...

Um destino qualquer


Ela acordou naquela manhã mais angustiada do que o normal, estava cansada, dos velhos rostos, dos velhos lugares, das velhas frases desgastadas como um velho Jeans.

Sentia a cabeça a rodar, só uma coisa lhe vinha a cabeça: tinha de ir embora dali.

Pensou em todas as pessoas que amava, pensou no quanto sofreriam ao reparar que ela tinha ido embora, já não interessava.

O desejo de travar um novo caminho, com novas descobertas, novos sentimentos, o desejo de desbravar o desconhecido, o desejo de ser livre, falava mais alto do que todos os sentimentos que carregava dentro de si.

Sua alma estava velha, e ela precisava rejuvenescer, ela precisava viver, estava cansada de estar morta, estava cansada de tentar respirar, ela só queria viver em paz.

E se a felicidade estava longe dali, então ela percorreria o caminho que fosse preciso, e carregaria sempre o seu lar dentro do coração.

Porque Deus daria asas a um anjo se o seu destino não fosse o de voar? Porque Deus daria a liberdade de um oceano se a água não fosse o seu lar?

Vivemos num mundo onde as regras são ditadas por um ditador qualquer, ela não obedecia a ditadores, ela era patriota da sua própria nação, e esta chamava-se liberdade!

Ela não nasceu para morrer, ela nasceu para acontecer, ela travaria qualquer luta que fosse preciso,tinha coragem o suficiente para seguir o seu caminho, mesmo que fosse sozinha.

Correu pelo quarto, e jogou somente o que seria absolutamente necessário para dentro de uma mala.

Escreveu um pequeno bilhete e colou no frigorífico, não pediu desculpas pelo seu acto, mas tentou ser o mais amorosa possível para que ninguém se sentisse culpado por a sua partida.

Deixou as chaves de casa na mesa de jantar, bateu a porta e partiu sem olhar pra trás.

Quando chegou a rua, pela primeira vez, pensou aonde iria, e lembrou-se de uma frase dita por um poeta que conhecera recentemente, "mariticamente"...
Ela...seguiria o mar.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O desenhador de palavras


Teus olhos... janelas de uma alma inquieta, uma alma incógnita, que emana um perfume salgado, sabe a maresia...

Teus olhos... quais serão as verdades que escondes por trás dos teus olhos? Será que procuras o amor ou a paixão? ou somente uma aventura? Ou ainda uma conjunção de ambos, como as estrelas do céu, que brilha sobre o infinito do nosso mar azul, todas juntas e misturadas.

Tuas mãos... Desenhas palavras com as pontas dos dedos, és um desenhador de palavras, assim como o nosso Criador é um desenhador de cores e formas.

E quais serão as cores que vês através dos teus olhos? quais serão as cores que vês em mim...?

Viemos de uma constelação distante, com a missão de ensinar o amor... entretanto fomos amaldiçoados, queremos sempre mais, a nossa alma está sempre a procura de algo que nunca saberemos ao certo o que é...

Desafiaste-me a ler a palma da tua mão, o que tu não sabias é que também eu sou uma desenhadora de palavras, e eu prefiro escrever na palma da tua mão do que ler um destino que já fora traçado.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Veronika decide morrer, filme


"Seja louco, mas comporte-se como uma pessoa normal."
Veronika

O escritor Paulo Coelho para mim é uma controvérsia, alguns livros amo de paixão outros odeio de morte.

O livro "Veronika decide morrer" está, é claro, na lista dos que eu mais amo e me identifico.

A história é simples: Veronika é uma jovem que tem tudo e não tem nada, um dia simplesmente decide morrer, não havia razão nenhuma para continuar viva.

Acontece que a Veronika não morre, e acaba indo parar numa instituição para loucos, e recebe uma notícia que muda a sua vida: "ela vai morrer", tem os dias contados, seu coração ficara fraco demais com a sua tentativa de suicídio.

O livro não é nada novo, foi publicado em 1998, mas algum ser Iluminado resolveu agora passar a historia de Veronika para a telona do cinema.

Ainda não vi o filme, mas vi o Trailer, e confesso que estou ansiosa, Sarah Michelle Gellar, a Buffy de "A caçadora de vampiros", faz o papel da Veronika, adoro essa actriz, e pelo trailer acho que a actuação dela não me desiludira.

O que me atrai mais nesta história é o facto de ser jogado no ventilador o que afinal será ser louco, será a loucura normal? será a normalidade a verdadeira insanidade?

Este é um trecho, que eu mais gostei, do livro:

"Um poderoso feiticeiro, querendo destruir um reino, deitou uma poção mágica no poço onde todos os seus habitantes bebiam. Quem bebesse aquela água ficaria louco.Na manhã seguinte, a população inteira bebeu, e todos enlouqueceram, menos o rei - que tinha um poço só para si e para a sua família, onde o feiticeiro não conseguiu entrar. Preocupado, ele tentou controlar a população com uma série de medidas de segurança e saúde pública: mas os polícias e os inspectores tinham bebido a água envenenada, e acharam um absurdo as decisões do rei, resolvendo não as respeitar de modo nenhum.Quando os habitantes daquele reino tiveram conhecimento dos decretos, ficaram convencidos que o soberano enlouquecera, e agora escrevia coisas sem sentido. Aos gritos, foram até ao castelo e exigiram que renunciasse.Desesperado, o rei prontificou-se a deixar o trono, mas a rainha impediu-o, dizendo: "Vamos agora até à fonte e beberemos também. Assim, ficaremos iguais a eles."E assim foi feito: o rei e a rainha beberam a água da loucura, e começaram imediatamente a dizer coisas sem sentido. Na mesma hora, os seus súbditos arrependeram-se: agora que o rei mostrava tanta sabedoria, porque não deixá-lo a governar o país?O país continuou em paz, embora os seus habitantes se comportassem de maneira muito diferente da dos seus vizinhos. E o rei pôde governar até ao final dos seus dias."

Fico a espera do filme.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ao sabor das ondas



Eu não sigo as placas, vou para onde eu quero.

Eu não leio manuais, fazer do meu jeito me dá mais prazer.

Odeio regras, elas tiram a graça de tudo.

Invejo quem é livre o suficiente para chamar o mundo de "lar".

Adorava ter vivido no tempo em que todos os continentes eram unidos, e as vezes me pego a imaginar como seria louco viajar de bicicleta do Brasil para a Itália, e o facto de demorar, talvez anos, para chegar ao meu destino, não me incomoda minimamente.

Odeio dinheiro, porque hoje em dia há um sentimento mundial que a felicidade está em alguns pedaços de papel, e pertenço aquele grupo de malucos que seriam extremamente felizes numa ilha deserta a viver daquilo que o mar e a terra oferecem.

Adoro música, e não consigo perceber como alguns chamam uns barulhos comerciais de música, e de forma alguma os meus ouvidos conseguem assimilar isto, mas em nome da paz mundial aceito que existem pessoas com gostos diferentes, e tento, TENTO, viver com isso.

E eu derrubo as placas, derrubo mesmo, ninguém me manda parar quando eu não quero, ninguém me manda virar a esquerda quando quero ir para a direita, mesmo sendo um pouco confusa com isso de esquerda e direita.

Ainda choro com aquele filme que já vi mais de 1000 vezes, e ainda fico horas parada olhando o meu gato brincando, todo maluco, com uma bola de papel, e nestas horas é que a vida faz realmente sentido.

As vezes acordo no meio da noite achando que estou na casa da minha mãe, e quando abro os olhos e a realidade me cai em cima, sento no chão, enterro a cabeça no meio dos meus joelhos e choro um oceano atlântico de lágrimas.

Não me permito ser infeliz, pelo simples facto de um dia ter conhecido uma menina Havaiana que só tem um braço e é a pessoa mais completa do mundo, e que da ao mundo o melhor que tem em si, e toda vez que o mundo torna-se insuportável eu digo o nome dela baixinho, como se fosse um mantra, ela é o meu mantra, Bethany, Bethany...

E eu quero ser livre, oh meu Deus como eu quero ser livre, quero poder colocar minha mochila nas costas e ir para onde me der na telha, sem ter de dar explicações a ninguém, sem ter de me sentir culpada por estar a abandonar as pessoas que amo, eu queria poder me multiplicar em vários clones para ninguém nunca sentir a minha falta, e eu poder seguir o meu caminho sem culpa.

E as vezes eu fico assustada com a força que existe dentro de mim, e eu tento disfarça-la, porque tenho medo que o mundo me leve tudo e me deixe fraca, mas no fundo eu sei que esta força, este surrealismo não me pertence, e chegara a hora que terei de o devolver ao universo.

Odeio quando falam da minha loucura como se fosse um defeito, pois ela é a minha melhor qualidade, e não tenho vergonha nenhuma de ser feliz com todos os dentes que existem na minha boca, e de chorar como uma criança quando me sinto triste, afinal a vida não é uma linha recta.

Se alguém me perguntasse neste instante qual era a minha maior vontade, responderia que era desaparecer, pois sinto uma vontade enorme de seguir uma estrada qualquer em direcção ao sol, e ser aquilo que bem me apetecer, mesmo que não seja correto.

E o que é correto? O que é normal? Quem dita as regras deste jogo?

Para mim tudo é válido desde que não magoe alguém, e quando eu digo magoar não estou a falar de contrariar, estou a falar de ferir sentimentos, ferir a carne, ferir e somente ferir.

O que me da mais raiva é quando alguém critica a forma como eu escrevo, eu escrevo, somente escrevo, escrever para mim é sinonimo de liberdade, por isso não me venham com criticas e regras, porque eu apenas escrevo...

É verdade que a vida poderia ser melhor, mas quem disse que ela não é bonita? Todos os dias eu acordo e dou graças a Deus por me permitir ter mais um dia, e quem sabe neste dia eu não encontre a formula mágica para tornar tudo mais bonito? Quem sabe neste dia o rádio vai tocar aquela música que eu já não ouvia há anos, ou vai passar na TV aquele filme que eu vi quando tinha 13 anos e nunca esqueci o enredo, ou vou conhecer o milésimo homem da minha vida e me apaixonar, e me desapaixonar, ou deixar de ser amada, e sobreviver o desgosto e começar tudo de novo.

Gostava de ser mais ecologicamente correta, porque adorava, se eu tiver, que os meus filhos um dia pudessem admirar o quão Surreal é o nosso planeta, e que pudessem respirar este ar que nos enche os pulmões e nos alimenta a alma.

Não consigo entender de forma alguma porque existe a morte, porque não podemos viver para sempre ao lado das pessoas que amamos, e doar toda a sabedoria adquirida com a idade para aqueles que são novos no assunto, adoraria responder: "Já perdi a conta."a pergunta: "Quantos anos você tem?"

Seria 5% mais feliz se os do sexo oposto não se sentissem ameaçados com a minha personalidade, e que tivessem a coragem de explorar esta minha alma complexa, que na verdade é tão simples como um conto infantil.

Nunca usaria as palavras para expressar um sentimento que não fosse verdadeiro, pois a minha fidelidade para com elas é o que há de mais real na minha vida, e de Surreal já basta a minha alma.

Eu vivo uma vida de cada vez, e tento sempre melhorar a cada renascimento, um dia chegarei ao fim do meu caminho, e voltarei a me unir com os outros pontos de luz.

A palavra " Acreditar" nunca sairá do meu dicionário, não tenho vergonha de repetir as palavras, elas são as minhas eternas companheiras, e por vezes necessitam de ser relembradas.

A felicidade esta nas minhas mãos, e eu tenho os punhos fechados.


Desassossego



Um breve respirar de peito aberto...
Uma mente a divagar no infinito do oceano...
Uma alma mergulhada na incerteza do absurdo...
Verdades jogadas aos porcos como diamantes...
Um corpo tatuado pelo pecado...
Um coração abençoado por Afrodite...
Nos perdemos numa selva de egoístas...
Somos guerreiros numa guerra sem pudores...
Uma voz muda que entoa cantos para ninguém...
Um destino traçado por Deuses caprichosos...
Um amor, um só amor, um único amor, entretanto...
Amar, viver, sofrer, morrer... Com você...
Voamos na linha do tempo no imaginário de um realizador inescrupuloso.
Corremos mundos desvirginados pela nossa fome de conhecer.
Entretanto...
Nada somos...
E queremos tudo, nos queremos, vos queremos, ti queremos, queremos a mim.
Somos o paradoxo de nós mesmos.
Jogue os dados e pague a fatura, mas não me pregue numa estaca de madeira a espera da expiação dos seus pecados.
Um respirar de peito aberto, um respirar sem ar...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Apenas palavras


Um sonho...

Tudo tornara-se apenas um sonho...

Ela agarrava-se as palavras, palavras ditas com sentimento mas sem nenhuma honestidade, um sentimento existia, era verdade, mas a sua natureza era uma incógnita.

Mas ela agarrava-se as palavras como um naufrago a um bote salva-vidas.

Um sonho...

Apenas devaneios de uma noite escura, uma noite fria e solitária.

De todas as coisas que ela sabia lidar, aquela não era uma delas, não sabia lidar com a desonestidade daquelas palavras, pois as palavras eram tudo o que ela tinha de mais verdadeiro.

Olhava para a Lua a procura de uma resposta, uma inspiração, tudo mudara.

Ela já não era mais a mesma, algo morrera, as palavras haviam envenenado a pureza que residia dentro de si.

Lágrimas...

Não, não haviam lágrimas, ela já havia derramado todo o mar que havia na sua alma.

Mas as palavras, malditas palavras! Não, não! as palavras não são malditas, a pessoa que as havia pronunciado sim, ela não era digna de declamar palavras tão puras, tão repletas de sentimentos.

Um mergulho profundo na sua alma, um salto no vazio, no buraco negro que transformara-se o seu coração.

Seria Karma?

Era ela Vilã ou heroína?

Sentia-se só, as palavras, até elas... a haviam abandonado.

Ela...havia travado tantas guerras na vida, mas aquela... nunca fora vencedora.

Tudo o que ela podia fazer era esperar, mas esperar não fazia parte do seu espírito, e começava a pensar que talvez esta fosse a sua missão, aprender a ter paciência.

A ansiedade da espera a feria mais do que mil facas afiadas a perfurar o seu corpo.

Era este o seu pecado, tantas vidas e o mesmo erro, o mesma armadilha.

Sentia só, não tinha um mestre que lhe ensinasse o dom da espera, teria de aprender sozinha, e aquilo a frustrava, precisava de um mestre, alguém rígido que não a deixasse desistir, que não a deixasse cair, que lhe desse dicas e truques.

Utopia...

Porque sua mente sempre a levava por caminhos irreais?

Já não sabia o que era certo.

A diferença entre a realidade e os sonhos, já não existia.

Ela só tinha uma certeza: "estava sozinha".

"Anjo, Anjo, leva-me nas tuas asas, deixa-me sentir o vento a bater no meu rosto, leva-me para a tua morada secreta, cante-me palavras de plenitude, ensina-me o caminho de volta...

Anjo, Anjo, senta-te ao meu lado, deixa-me pousar minha cabeça nos teus braços, abraça-me Anjo, fica comigo até eu adormecer..."

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O primeiro



O meu primeiro vai vir acompanhado da melodia doce dos acordes de violão do meu Jack.

Estou encerrando ciclos, começando de novo pela milésima vez, mas pela primeira vez sinto-me 100% confiante.

Finalmente entendi que as coisas só acontecem quando as fazemos acontecer, ficar sentada no sofá a espera que o universo conspire ao nosso favor, geralmente não funciona, porque até o Universo precisa de uma "mãozinha" pra fazer algo acontecer.

Sei que no meu "novo" caminho irei tropeçar em várias pedras, mas também já está mais que provado que eu caio mas levanto.

Sim, eu sou a Sra do meu destino, e como diz a antiga canção: "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer."

E vou fazer acontecer, não há duvidas nenhumas nisto.

O meu primeiro vem acompanhado de esperança e de uma pontinha de alegria, sim apenas uma pontinha, pois a angustia do meu ultimo ainda está dentro de mim.

E no meu primeiro eu resolvi assumir as minhas qualidades e defeitos, decidi que já sou grandinha o suficiente para encarar a realidade de que eu sou uma mulher fantástica, e que também sou uma neurótica que deixaria qualquer psiquiatra de cabelos em pé.

Também é verdade que eu sou uma choradora compulsiva, choro de tudo, até de felicidade, coisa que o meu priminho de 13 anos não consegue entender, afinal se uma pessoa está feliz porque chorar?

O meu primeiro vem acompanho do ronronar do meu gato, que neste momento é a única figura masculina que tenho vontade de fazer carinho, falar com voz de songamonga e chamar de meu amor.

E no meu ultimo eu decidi deixar de ser 100% romântica, agora sou só 99,9 e 1/2 %.

Ser feliz é uma tarefa difícil, é um emprego a tempo inteiro, e por isso no meu primeiro eu decidi que serei uma funcionária super dedicada, daquelas que tem a foto pendurada no quadro do funcionário do mês.

No meu ultimo cheguei a conclusão que já estou de saco cheio de esperar pelo "tal", por isso decidi que quero uma pessoa errada, o certo enjoa, quero o contrário daquilo que queria antes, tirando a parte do 1,80 que é extremamente importante.

E no meu penúltimo eu fiz uma promessa, e estou super ansiosa para o verão chegar e poder cumpro-la, porque os sonhos que não são realizados nunca deixam de ser sonhos, e isto não tem piada nenhuma.

Falando em piadas, no meu primeiro decidi que não quero mais ser a palhaça da festa, TO FARTA! A sério, cansei de sentir o peso da responsabilidade de alegrar todo mundo, enjoada de sorrir quando não tenho vontade, e com vontade de mandar quem reclamar que eu já não sou a mesma para a casa do cara...

Depois de 25 primeiros, o 26 tem um sabor diferente, sabe a maturidade, sabe a coragem e perfeição, mas sobre a perfeição eu não falo, é coisa minha e não quero dividir, por enquanto...

No meu primeiro dia de 2009 sinto a determinação a transbordar nas minhas veias!

Deixo aqui os meus sinceros votos de um 2009 Surreal!