
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Ao sabor das ondas

Eu não sigo as placas, vou para onde eu quero.
Eu não leio manuais, fazer do meu jeito me dá mais prazer.
Odeio regras, elas tiram a graça de tudo.
Invejo quem é livre o suficiente para chamar o mundo de "lar".
Adorava ter vivido no tempo em que todos os continentes eram unidos, e as vezes me pego a imaginar como seria louco viajar de bicicleta do Brasil para a Itália, e o facto de demorar, talvez anos, para chegar ao meu destino, não me incomoda minimamente.
Odeio dinheiro, porque hoje em dia há um sentimento mundial que a felicidade está em alguns pedaços de papel, e pertenço aquele grupo de malucos que seriam extremamente felizes numa ilha deserta a viver daquilo que o mar e a terra oferecem.
Adoro música, e não consigo perceber como alguns chamam uns barulhos comerciais de música, e de forma alguma os meus ouvidos conseguem assimilar isto, mas em nome da paz mundial aceito que existem pessoas com gostos diferentes, e tento, TENTO, viver com isso.
E eu derrubo as placas, derrubo mesmo, ninguém me manda parar quando eu não quero, ninguém me manda virar a esquerda quando quero ir para a direita, mesmo sendo um pouco confusa com isso de esquerda e direita.
Ainda choro com aquele filme que já vi mais de 1000 vezes, e ainda fico horas parada olhando o meu gato brincando, todo maluco, com uma bola de papel, e nestas horas é que a vida faz realmente sentido.
As vezes acordo no meio da noite achando que estou na casa da minha mãe, e quando abro os olhos e a realidade me cai em cima, sento no chão, enterro a cabeça no meio dos meus joelhos e choro um oceano atlântico de lágrimas.
Não me permito ser infeliz, pelo simples facto de um dia ter conhecido uma menina Havaiana que só tem um braço e é a pessoa mais completa do mundo, e que da ao mundo o melhor que tem em si, e toda vez que o mundo torna-se insuportável eu digo o nome dela baixinho, como se fosse um mantra, ela é o meu mantra, Bethany, Bethany...
E eu quero ser livre, oh meu Deus como eu quero ser livre, quero poder colocar minha mochila nas costas e ir para onde me der na telha, sem ter de dar explicações a ninguém, sem ter de me sentir culpada por estar a abandonar as pessoas que amo, eu queria poder me multiplicar em vários clones para ninguém nunca sentir a minha falta, e eu poder seguir o meu caminho sem culpa.
E as vezes eu fico assustada com a força que existe dentro de mim, e eu tento disfarça-la, porque tenho medo que o mundo me leve tudo e me deixe fraca, mas no fundo eu sei que esta força, este surrealismo não me pertence, e chegara a hora que terei de o devolver ao universo.
Odeio quando falam da minha loucura como se fosse um defeito, pois ela é a minha melhor qualidade, e não tenho vergonha nenhuma de ser feliz com todos os dentes que existem na minha boca, e de chorar como uma criança quando me sinto triste, afinal a vida não é uma linha recta.
Se alguém me perguntasse neste instante qual era a minha maior vontade, responderia que era desaparecer, pois sinto uma vontade enorme de seguir uma estrada qualquer em direcção ao sol, e ser aquilo que bem me apetecer, mesmo que não seja correto.
E o que é correto? O que é normal? Quem dita as regras deste jogo?
Para mim tudo é válido desde que não magoe alguém, e quando eu digo magoar não estou a falar de contrariar, estou a falar de ferir sentimentos, ferir a carne, ferir e somente ferir.
O que me da mais raiva é quando alguém critica a forma como eu escrevo, eu escrevo, somente escrevo, escrever para mim é sinonimo de liberdade, por isso não me venham com criticas e regras, porque eu apenas escrevo...
É verdade que a vida poderia ser melhor, mas quem disse que ela não é bonita? Todos os dias eu acordo e dou graças a Deus por me permitir ter mais um dia, e quem sabe neste dia eu não encontre a formula mágica para tornar tudo mais bonito? Quem sabe neste dia o rádio vai tocar aquela música que eu já não ouvia há anos, ou vai passar na TV aquele filme que eu vi quando tinha 13 anos e nunca esqueci o enredo, ou vou conhecer o milésimo homem da minha vida e me apaixonar, e me desapaixonar, ou deixar de ser amada, e sobreviver o desgosto e começar tudo de novo.
Gostava de ser mais ecologicamente correta, porque adorava, se eu tiver, que os meus filhos um dia pudessem admirar o quão Surreal é o nosso planeta, e que pudessem respirar este ar que nos enche os pulmões e nos alimenta a alma.
Não consigo entender de forma alguma porque existe a morte, porque não podemos viver para sempre ao lado das pessoas que amamos, e doar toda a sabedoria adquirida com a idade para aqueles que são novos no assunto, adoraria responder: "Já perdi a conta."a pergunta: "Quantos anos você tem?"
Seria 5% mais feliz se os do sexo oposto não se sentissem ameaçados com a minha personalidade, e que tivessem a coragem de explorar esta minha alma complexa, que na verdade é tão simples como um conto infantil.
Nunca usaria as palavras para expressar um sentimento que não fosse verdadeiro, pois a minha fidelidade para com elas é o que há de mais real na minha vida, e de Surreal já basta a minha alma.
Eu vivo uma vida de cada vez, e tento sempre melhorar a cada renascimento, um dia chegarei ao fim do meu caminho, e voltarei a me unir com os outros pontos de luz.
A palavra " Acreditar" nunca sairá do meu dicionário, não tenho vergonha de repetir as palavras, elas são as minhas eternas companheiras, e por vezes necessitam de ser relembradas.
A felicidade esta nas minhas mãos, e eu tenho os punhos fechados.
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