domingo, 4 de janeiro de 2009

Apenas palavras


Um sonho...

Tudo tornara-se apenas um sonho...

Ela agarrava-se as palavras, palavras ditas com sentimento mas sem nenhuma honestidade, um sentimento existia, era verdade, mas a sua natureza era uma incógnita.

Mas ela agarrava-se as palavras como um naufrago a um bote salva-vidas.

Um sonho...

Apenas devaneios de uma noite escura, uma noite fria e solitária.

De todas as coisas que ela sabia lidar, aquela não era uma delas, não sabia lidar com a desonestidade daquelas palavras, pois as palavras eram tudo o que ela tinha de mais verdadeiro.

Olhava para a Lua a procura de uma resposta, uma inspiração, tudo mudara.

Ela já não era mais a mesma, algo morrera, as palavras haviam envenenado a pureza que residia dentro de si.

Lágrimas...

Não, não haviam lágrimas, ela já havia derramado todo o mar que havia na sua alma.

Mas as palavras, malditas palavras! Não, não! as palavras não são malditas, a pessoa que as havia pronunciado sim, ela não era digna de declamar palavras tão puras, tão repletas de sentimentos.

Um mergulho profundo na sua alma, um salto no vazio, no buraco negro que transformara-se o seu coração.

Seria Karma?

Era ela Vilã ou heroína?

Sentia-se só, as palavras, até elas... a haviam abandonado.

Ela...havia travado tantas guerras na vida, mas aquela... nunca fora vencedora.

Tudo o que ela podia fazer era esperar, mas esperar não fazia parte do seu espírito, e começava a pensar que talvez esta fosse a sua missão, aprender a ter paciência.

A ansiedade da espera a feria mais do que mil facas afiadas a perfurar o seu corpo.

Era este o seu pecado, tantas vidas e o mesmo erro, o mesma armadilha.

Sentia só, não tinha um mestre que lhe ensinasse o dom da espera, teria de aprender sozinha, e aquilo a frustrava, precisava de um mestre, alguém rígido que não a deixasse desistir, que não a deixasse cair, que lhe desse dicas e truques.

Utopia...

Porque sua mente sempre a levava por caminhos irreais?

Já não sabia o que era certo.

A diferença entre a realidade e os sonhos, já não existia.

Ela só tinha uma certeza: "estava sozinha".

"Anjo, Anjo, leva-me nas tuas asas, deixa-me sentir o vento a bater no meu rosto, leva-me para a tua morada secreta, cante-me palavras de plenitude, ensina-me o caminho de volta...

Anjo, Anjo, senta-te ao meu lado, deixa-me pousar minha cabeça nos teus braços, abraça-me Anjo, fica comigo até eu adormecer..."

1 comentário:

LannahC. disse...

adorei o post
adorei o novo layout