segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Espelho


As gargalhadas ainda ressoavam na sua memória, pequenos fragmentos de um passado que fora levado com o vento.

Ela perguntava-se quando iria sorrir novamente daquela maneira, como se fosse explodir de tanta felicidade, sentia-se culpada por ter deixado a felicidade fugir das suas mãos como a areia da praia.

Os amigos não entendiam porque aquele ser cheio de vida havia transformado-se numa sombra escura, e ela não conseguia explicar a imensidão melancólica que possuía o seu coração.

A vida transformara-se numa tormenta, o simples facto de respirar custava tanto, ela sentia-se cada vez mais fraca, e o mundo exigia dela uma força que não mais existia.

Ela sabia que voltar a agarrar a felicidade com toda a sua força, só dependia dela, mas ela questiona-se se valia mesmo a pena.

O mundo que ela conhecia não era o mundo que de facto existia, e começava a pensar que as pessoas sempre tiveram razão a seu respeito, ela era uma sonhadora idiota.

Percorrera um longo caminho até a dor, e já não sabia o como voltar para casa, no espelho apenas um reflexo de uma pessoa que já não estava viva.

Ela era um fantasma no cruel mundo dos vivos.

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