Sempre achei que ser Tempestade era a ordem natural das coisas...
Estava errada...
Existe uma força que me puxa, que me transforma... algo mais forte do que tudo que já conheci...
Um sentimento novo, um desejo insaciável de ser LUZ... de brilhar no mais alto dos céus...
E essa angustia de querer atingir um ponto inálcançavel, ?, faz-me tornar na pior das tempestades...
Sem controlo, sem direcção...
Algo demasiado gigante pulsa dentro de mim, um mundo de sentimentos e sensações...
Fecho os olhos... e escuto a música, respiro... inspiro... espero... e a força esta lá, a gritar, a pulsar, a querer sair...
Angustia...
E derrepente eu me transformei naquela canção, aquela que me deixava angustiada, e me dava vontade de gritar... "Alive", Pearl Jam.
Sinto-me presa no meio dela, como uma mosca na teia da aranha, e o meu predador está cada vez mais perto...
Viver sem um objectivo é como andar no meio da escuridão... E esta noite eu tive um sonho...
Sempre tive medo do Mar, e sempre o amei, desde a primeira vez que o vi, esses dois sentimentos me angustiavam...
Pois ao mesmo tempo que sentia uma necessidade de me fundir com o Grandão, tinha medo, dos monstros, da água, de morrer sufocada... Meu maior medo morrer afogada, sem ar, me debatendo e com o corpo todo possuído de medo...
E eu me jogava no Mar, com medo, mas era inevitável não entrar...
Todas as vezes acontecia sempre o mesmo, quando eu estava a nadar, a me sentir livre, derrepente o medo aparecia, e eu congelava, olhava para a areia e ela estava a quilómetros de distancia, respirava...inspirava... a minha mente começava a inventar sombras na água, meu coração acelerava, e a cada braçada me sentia mais segura...
Mas então...chegando na areia...vinha o terrível sentimento...Impotência... ali estava o meu grande amor... e eu fugia dele...
Ele é enorme... e eu sou tão pequenina...
E esta noite eu sonhei... com o Mar... eu saltei... cheia de medo, mas desta vez me deixei levar, e desapareci no meio das suas ondas... quando acordei... não me reconheci no espelho.
A força ainda pulsa, a Ira ainda domina, o controlo ainda não tenho, a ansiedade ainda me envenena, mas já não tenho medo... (?)
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