sexta-feira, 1 de maio de 2009

Devaneios

Lá vem aquela velha sensação de novo...de perder o que não se tem...
365 dias...o ano tem 365 dias, e para mim não é o bastante...em 365 dias eu não consigo terminar nada o que começo...
Sinto-me a afundar cada vez numa areia movediça, olho para dentro e não vejo nada, olho para fora e não vejo nada, está tudo sempre tão igual que fico enjoada.
E eu não quero mais escrever, porque esgotei as minhas palavras bonitas, a palavra que está sentada ao meu lado neste momento é feia.
Se calhar eu estava enganada, se calhar eu sou um acaso, algo que simplesmente aconteceu, mas não devia estar lá...e eu juro que eu tento...mas não consigo...
Não consigo ver a tal luz, me perdi no caminho, e não consigo encontrar-me...
Tantos sonhos destruídos, tantas palavras a voar com o vento...
Queria poder me agarrar ao ultimo fio de esperança, mas a verdade é que eu já não a tenho, nem um fio...
E pensar que tudo podia ser tão simples, logo eu que nunca quis muito, acabei sem nada...
Eu não sou daquelas pessoas negativas, que não gozam a vida, que não tentam ter um dia bom...simplesmente eu sou o que sou, o que transformaram-me com falsas promessas...
Não há nada para mim aqui, e me pergunto se em algum lugar há...
Fecho os olhos e vejo a menina Caroll, aquela que sonhava com mundos diferentes, que sentava na pedra escondida na praia e imaginava que um barco aportava ali na beira, e a levava embora, para um mundo distante, onde ela poderia ser ela mesma sem ser chamada de louca.
Tenho tanta pena dessa menina, dos sonhos que ela tinha, da inocência de achar que um dia seria aceita como ela realmente era...
Sou demasiado errada, tenho demasiados vícios, sou demasiado eu...
Hoje eu só queria sair de mim um pouco, e viajar no espaço, sentar numa pedra na praia, e poder descansar, eu estou tão cansada de ser eu a todo momento...
Ainda sonho com a velha Kombi, a minha Gioconda, nós duas na estrada, sem pensar no que ficou para trás, sem pensar no passado, sem pensar...naquele que um dia eu pensei...
O meu avô tinha razão..."as palavras voam com o vento..." e o que ficam são só as falsas verdades, a mentira embalada em papel de seda...tão atraente como um dia quente de verão.
Eu que sempre quis tão pouco, desejei ter tudo, e acabei de mãos e coração vazio...
Meu Deus...estou mesmo cansada...

4 comentários:

P.C disse...

A pergunta fundamental que deveríamos colocar diante de nós para fazer um balanço da nossa existência é esta:
"Vivi como realmente eu era"?
Se não posso responder sim, na realidade não vivi, porque copiei de outros uma modalidade de existencia que não era a minha...

Portanto menina Carrol, seja SEMPRE vc mesma...linda, louca, poderosa..
deixem que fiquem assustados, deixem que morram de medo e de inveja..
E não acredite que os seus esforços não deram certo e não desanime diante de um fracasso passageiro. O céu vai lhe mostrar que todos os sonhos precisam ser constantemente reconstituídos.
Não deixe nunca de usar o salto vermelho, isso é previlégio de poucas!
torço por vc!

C.S. disse...

Querida/o P.C.

Ser nós mesmos as vezes é mais complicado do que parece, mas eu não tenho escolha, porque já até tentei ser outra coisa, mas o que tem dentro de mim é forte demais para ser apagado.
Quando a tristeza...quando criei esse blog eu prometi a mim mesma que jamais me reprimiria, que se estivesse aqui dentro deixaria sair em forma de palavras, e a verdade é que sempre que escrevo o que eu sinto, o monstro cá dentro se acalma um pouco.
Viver um dia de cada vez...não é assim que dizem??? To tentando...
Obrigada pelas palavras de ânimo!!!
Mas estou um pouco curiosa, que és tu que diz torcer tanto por mim???
Beijo

JOTA ENE ✔ disse...

Tb és amante de tatoo's

Bjos e bom f-d-s

:.tossan® disse...

Faz parte da vida! Não adianta... O teu texto moça é muito bom! Beijo