quarta-feira, 22 de abril de 2009

Coisas de Caroll



"O coração calmo é a vida do organismo carnal, mas o ciume é podridão para os ossos."

Provérbios, 14:30


Viver sem ter é extremamente doloroso, mas é uma dor fantasma, pois como nunca se teve não se sabe ao certo o que é perder.

Ter e não poder tocar...oh Deus, consome os meus sonhos, envenena a minha alma, rouba cada segundo dos meus pensamentos, torna-se um memorial constante preso nos meus olhos.

Nunca fui o tipo de mulher que se rebola de ciumes na cama, que inveja cada palavra pronunciada por seu amado que não tenha sido para si, que acorda as 5hs da manhã ao som de um despertador imaginário, e chora, e chora...por causa de um sonho mau.

Existe isso de amar com liberdade? de deixar ir pra depois voltar? de ser dois seres independentes desligados, e ao mesmo tempo, ligados a outro?

A minha visão minimalista dos factos me diz que é ou não é, que não existe meio termo, ou duas pessoas são uma só, ou são apenas duas pessoas sozinhas com uma companhia fantasma, serei eu demasiado...minimalista?

Fecho os olhos, o imagino a acordar, e dar bom dia para os pássaros, inveja dos pássaros, segurar uma chávena quentinha de café, inveja da chávena, a sentar na cama e calçar os sapatos, inveja sobretudo dos sapatos, a sair para a rua e comprar um jornal, inveja do jornal...e por aí vai, assim vou dançando ao som de uma música que não é minha.

E me pego a desejar ser tudo, ser o ar que ele respira, ser o tecido da roupa que o veste, ser o tal sapato que caminha junto com os seus passos, ser ele, como eu queria ser ele, porque se eu fosse ele, eu me daria todo a mim, seria só meu e de mais ninguém, salvo uma pessoinha.

Caroll, cade o amar com liberdade?

Experimenta amar a distancia e depois diz-me como é possível amar com liberdade, oh...não quero transformar-me naquela mascara japonesa feia, Hannya, se for assim, se tiver de tranformar-me em algo, que seja belo e transparente, que seja um poema, que seja um poema pronunciado pela boca do meu amado, com palavras só minhas, um poema meu e só meu, não como o nosso mantra, que já não é nosso, palavras de amor para a Caroll...

Ok, eu sou ciumenta, agora experimentem amar um ser que se doa insesantemente a tudo o que se mexe e que tem vida, e não o ser?


Existira no mundo, alguma mulher que possua um coração calmo?

1 comentário:

Mariana Abi Asli disse...

Nietzsche falou:“E sabeis... o que é pra mim o mundo”?... Este mundo: uma monstruosidade de força, sem princípio, sem fim, uma firme, brônzea grandeza de força... uma economia sem despesas e perdas, mas também sem acréscimos, ou rendimento,... mas antes como força ao mesmo tempo um e múltiplo,... eternamente mudando, eternamente recorrentes... partindo do mais simples ao mais múltiplo, do quieto, mais rígido, mais frio, ao mais ardente, mais selvagem, mais contraditório consigo mesmo, e depois outra vez... esse meu mundo dionisíaco do eternamente-criar-a-si-próprio, do eternamente-destruir-a-si-próprio, sem alvo, sem vontade... Esse mundo é a vontade de potência — e nada além disso! E também vós próprios sois essa vontade de potência — e nada além disso!”
Ou seja, A vontade de poder não é somente a essência, mas uma necessidade.
o Ser humano é assim...em sua maioria Isso é louco não?!

...e as mulheres...as mulheres são mais sensíveis(falo no sentido de sexto sentido apurado)isso às vezes prejudica, causando neurotices
é preciso ter cuidado....
"coração calmo"??creio que não somente às mulheres mas aos homens também...
precisamos controlar e equilibrar o nosso ego de querer possuir às coisas pra nós...e isso é uma constante busca interna, agindo não somente nas palavras mas nas atitudes, pois quer saber de uma verdade, o Homem nasceu para ser livre, nesta vida ninguém é de ninguém..temos que deixar de pensar como "almas gemeas" e pensar como seres inteiros e libertos...

bjkitas
Mari