sexta-feira, 3 de abril de 2009

A porta aberta



"Viajei sozinha durante infinitas palavras, carreguei o peso de um universo nas minhas costas já pesadas, me reergui de tombos demasiados altos para alguém da minha estatura, e mesmo assim...a pergunta ainda estava lá..."

Ella


Ser ou não Ser...?

Existem riscos muito altos que devemos arriscar com ou sem medo, e o risco de desenvolver uma historia com personalidades múltiplas deve definitivamente ser vivido.

A normalidade nunca habitou em mim, mesmo quando está em cada segundo do meu dia, só de soletrar a palavra "normal" sinto náuseas piores do que as de uma noite de bebedeira, (constante no meu mundo).

O cheiro desta palavra mete-me nojo, porque é daqueles cheiros, perdoe-me, a palavra "cheiro" lembra-me algo sedutor, prefiro antes usar a palavra "odor" pois lembra-me algo nauseabundo, que seja... porque é daqueles odores que impregnam na nossa pele fazendo nos sentir sujos, vulgares, banais... (outra constante no meu mundo).

Ser louca sempre me pareceu muito mais...interessante, afinal existem vários loucos famosos, ninguém fala de gente normal que conseguiu alguma coisa, existe isso? só os loucos metem-se em navios, naus, seja que embarcação for, não entendo de barcos e sim de loucura, e navegam por Oceanos desconhecidos a procura de Terras que sequer têm a certeza da sua existência, será?, pessoas normais não lideram movimentos contra as leis dos donos do mundo, e morrem por isso, melhor morrer a lutar do que a viver um sonho sem coragem.

Pessoas normais escrevem palavras normais, e palavras normais dão-me um tédio com vontade de enfiar os dez dedos nos olhos e mexer o cérebro até ficar tonta.

O que eu quero dizer é que quando na porta do meu mundo bateram, uma com imensa violência e outra com uma suavidade insípida, duas personagens sem rosto e sem nome, a única coisa que pude fazer, que quis fazer, foi abrir a porta e as deixar entrar.

Se ao fazê-lo, abri a fenda para um mundo de infinitas personagens usurpadoras? talvez...mas ao meu ver não fazer era adiar o inevitável.

Por isso vão tecer criticas em outro canto, pois o destino desta historia já foi traçado, e quem o desenhou fui eu, a grande mente masoquista e torturadora deste corpo criador de movimentos normais demasiado surrealistas para serem transcritos em palavras.

"E no oitavo dia, eu nasci..."

A Estranha

Continuas com a porta a abrir só para dentro, quando tenho uma necessidade desesperada de sair.

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