segunda-feira, 6 de abril de 2009

O dia em que Ella foi a Marte mandar um Venusiano tomar no cu



Ella sempre teve uma espécie de "síndrome de Lolita", quando tinha 9 anos amou cegamente e platonicamente um Poeta que havia falecido 3 anos antes do seu nascimento, chorava ao ler as suas poesias, e sonhava acordada na escola, durante as secantes aulas de matemática, que ela tinha sido a sua musa inspiradora até o fim dos seus dias.

A outra nunca gostou dessa faceta de Ella, porque sabia que os Poetas são os homens mais filhos da puta que existem na face da terra, pois por terem nascido, abençoados pelos Deuses, com o Dom das Palavras, sabem dizer exactamente aquilo que queremos ouvir, no entanto também foram abençoados pelos Deuses volúveis, e mudam de musas com a mesma rapidez que esvaziam garrafas espirituosas.

Entretanto Ella nunca ouvia a Outra, e viveu sonhando com o seu artista vagabundo, o homem que lhe falaria do amor e das estrelas, descomplexado e louco, que traria para sua vida um amor selvagem e sem pudores, um amor como só se pode amar um coração de palavras.

E foi atráves das palavras que Ella conheceu o seu Orfeu, neste momento era a Outra que dominava a situação, por isso demorou um tempo até Ella se dar conta que estava diante do seu principe desencantado.

Acontece que os homens são mesmo uma cambada de filhos da puta, e esse em particular conseguiu durante algum tempo enganar a Outra, e até ela se deixou cair na sua conversa de musiquinhas de Vando, "princesinha", "amor" e o tantas outras mentiras.

Ella enchia o saco da Outra, dizia "me deixa viver caralho", mas a Outra batia na cara de Ella e dizia "acorda sua romanticaloide imbecil, não tá vendo que esse filho da puta diz isso pra todas as otárias que ele encontra no caminho", mas Ella não queria saber, não tinha medo de sofrer, queria mergulhar naquela historia, sendo de mentira ou não.

A estranha venho para apaziguar a situação, até porque aquela briguinha já estava dando cabo de sua paciência, propôs as duas um trato, deixar Ella viver a puta da historia, até a Outra conseguir provar que o tal artista vagabundo, era só mais um cachorro safado filho da puta com a mania que as conhecia e as conseguia salvar.

A Outra aceitou o pacto, e se fingiu adormecida, Ella pode durante algumas horas viver a sua podre historinha de contos de fadas moderna.

Os tempos modernos são uma maravilha e uma verdadeira bênção para uma mulher escaldada, se a tonta da Cinderela tivesse acesso ao google, teria feito uma pesquisa e ficaria a saber que o tal do príncipe era um viado enrustido, que apenas casou com ela para abafar o seu caso com o espadaudo guarda-costas.

E foi atráves do verdadeiro nome do "Orfeu" de Ella, que a Outra conseguiu a sua prova, e ao ler a traição do seu amado da forma mais vil, atráves das palavras, as mesmas que o desgraçado usava para declamar o seu suposto amor, o improvável foi feito, um homem conseguiu unir as duas mulheres mais unidas e separadas do planeta, Ella e a Outra estão unidas no ódio, pois de certa forma as duas amavam o artista, que na verdade era apenas mais um imbecil com mania de "Forrest gump".

Ella foi a Marte mandar o tal venusiano tomar no cu, pois quando mexem com ela tudo bem, mas magoar a sua Outra, é outra historia.

Quanto a Estranha, está satisfeita, pois já andava com medo de uma quarta personagem que andava a tentar entrar na historia, e foi assim que a Estranha mandou uma tal de S. ir se foder, porque aqui nessa porra quem manda é ela!
Era só o que faltava...a porra de um Venusiano que sonha receber um verso de amor...


As vezes os filmes imitam uma realidade perversa...

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