sexta-feira, 10 de abril de 2009
O amor é um lugar estranho
"O que a gente não faz por amor...?"
Marisa Monte, "Bem que se quis"
As vezes me pergunto qual será o limite da minha alma, até onde ela será capaz de ir por amor ou ódio?
Há algum tempo atrás eu dizia "eu jamais faria isto ou aquilo", mas com o passar dos anos descobri que "a ocasião é que faz o ladrão", e eu já fiz muito "isto" e "aquilo" então já até perdi a conta.
O facto de não ter limites assusta-me, pois me sinto como uma tempestade sinistra que nenhum meteorologista consegue prever, até eu mesma fico surpreendida com o ponto que sou capaz de chegar por amor...
O amor para mim é aquela casa mal assombrada que todo bairro tem, ele está lá assustador e misterioso, e eu sei, que a partir do momento que abrir as suas portas e mergulhar no seu interior, não haverá volta.
A verdade? o único medo que tenho é de mergulhar tão profundamente que acabe por me perder, o meu maior pavor é de não me reconhecer mais, é de transformar-me num ser pequeno, eu adoro ser gigante.
Então o amor bate na sua porta e pede para você lhe dar a mão, porque isso me mete nojo? porque da-me a mesma sensação de quando subo no parapeito de um prédio alto? Sinto vontade de me jogar, de voar com o ar, mas lembro sempre de que quando chegar no chão só sobrara de mim sangue e tripas.
Onde está a tal sensação de "borboletas no estômago"? O equilíbrio? As 7 maravilhas que dizem vir juntamente com o amor?
Sofia Coppola tinha razão, "o amor é um lugar estranho", e eu sinto me como uma despatriada, sem passaporte, num país de língua estrangeira.
Filosofias baratas a parte, não tenho vontade nenhuma de ser deportada.
"Eu tenho as mãos atadas sem ação
E um coração maior que eu para doar
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos sem querer
Eu quero é me livrar
Voar..."
Zélia Duncan, "Mãos atadas"
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