quarta-feira, 8 de abril de 2009
Sobre regras, normalidades e banalidades...
Outro dia comprei um livro caríssimo de Escrita Criativa, porque queria melhorar o meu escrever, torna-lo em algo "sofisticado".
Mal entrei no autocarro comecei logo a folhear o tal livrinho, dei logo de cara com o que o autor dizia ser uma das principais regras de um bom texto: "nunca nos centrar em nós mesmos, porque o resto do mundo pode não nos achar assim tão interessantes", fiquei tão puta com aquilo que quase joguei o livro pela janela, como não queria acertar a cabeça de ninguém, que não fosse o tal autor, esperei até sair do autocarro e o joguei na primeira lata de lixo que me apareceu na frente.
Um minuto depois voltei atrás, agarrei no tal livro, cheia de raiva de mim mesma, pois tinha quebrado uma das minhas regras: "nunca desrespeitar um escritor, mesmo que não concorde com aquilo que ele tenha escrito".
Na verdade o que me encheu de ódio, foi o facto de sentir que aquelas palavras haviam sido escritas para mim, era como se aquele homem que nunca me viu na vida, e nem faz ideia da minha existência, tivesse dito:"Carolline, a tua vida não é assim tão interessante, por isso inventa uma melhor e se concentra nela".
Que cara idiota, quem ele pensa que é? "vou mostrar pra ele que a minha vida é "super interessante", e ele vai ter de escrever outro livrinho caríssimo a contradizer o que tinha dito antes, ah pois vai".
Isto era eu a tentar me enganar, acontece que a minha vida é tão parada como um hotel de mosquitos transmissores da dengue, e que o tédio é o meu viver constante.
Não é que não não aconteça nada "surreal" na minha vida, o meu próprio respirar não é nada dentro daquilo que as pessoas consideram "normal", mas é que olhando com os olhos da minha menininha interior, caramba, falta tanta coisa.
Ok, aqui estou a quebrar mais uma regra, a escrever mais um texto egocêntrico, me concentrando apenas na minha vidinha sem graça, mas venhamos e convenhamos... transgredir regras é mais delicioso que sorvete de baunilha com pepitas de chocolate.
Talvez por ser uma transgressora por natureza, tenha me apaixonado perdidamente por alguem que contraria as minhas próprias leis.
Todos nós precisamos de um porto seguro, e o meu são as minhas vontades, é mais fácil determinar que eu aceito e quero aquela, ou, outra coisa, do que simplesmente deixar a maré me levar, a maré é inconstante e nunca sei em que praia o meu navio irá aportar.
O problema é que eu não tenho um só pensamento, existem várias mulheres dentro de mim, e agradar a todas ao mesmo nível é uma tarefa quase impossível.
Enquanto uma quer apenas levar, a outra quer apenas ser levada, e ainda existe aquela que quer levar e ser levada, complicadas essas mulheres...
Eu, Carolline, até hoje não decidi qual é a minha preferência, a única coisa que sei é que odeio a solidão, detesto o abandono, e sofro de uma ansiedade sufocante.
E hoje aprendi uma coisa nova, que a vida assim como o amor não é linear, e as vezes, só as vezes temos de ouvir todas as mulheres que temos dentro de nós, e tentar chegar a uma conclusão, eu cheguei a minha, levar e ser levada, e seja o que Deus quiser.
Quanto essa coisa de sofisticar a minha escrita, pelo amor de Deus vão para o caralho, existe coisa mais bela do que um escrever politicamente incorrecto???
Eu sou uma potencia sem controlo, e quer saber? sou egocêntrica o suficiente para admitir que eu me adoro por isso!
E tu, meu Venusiano, és um homem de sorte, enquanto a maioria da raça masculina tem de se contentar em deitar-se apenas com uma mulher de cada vez, tu levas quatro de uma vez só!!!
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